29.03 - Troféu Angelina Rodegheri
NILZA CALZZA
Nascida em Muçum (RS), em 6 de novembro de 1940, Nilza filha de Adélio e Elvira Calzza, aos 6 anos veio residir na Gruta do Rio Marau, interior de nosso Município.
De família simples, batalhadora, de arraigada formação religiosa, experimentou a dureza da vida, percorrendo diariamente, 10 km, a pé, para fazer o Curso Primário na Escola Cristo Rei. Aos 14 anos, mudou-se para a Cidade, onde reside até hoje.
Conciliando estudo e atividades do lar, Nilza aprendeu as habilidades de costureira com sua mãe, auxiliando-a a reformar roupas, que eram doadas aos necessitados, num trabalho voluntário. Assim, a menina Nilza cresceu, assistindo a obra assistencial da sua mãe, colaboradora da Sra. Angelina Rodegheri, na Associação que hoje leva o nome de ABESFA.
Quando jovem, Nilza trabalhou na Fábrica de Calçados Quero-Quero, da família Fuga, até que essa empresa encerrou suas atividades.
A convite da Casa Posser, com o comércio de tecidos, calçados e confecções, Nilza trabalhou por 30 anos. Aí granjeou o respeito e a estima de seus proprietários, pelo seu profissionalismo, dedicação, responsabilidade e honestidade.
Por motivo de doença na família, permaneceu alguns dias em casa Por seu conceito respeitável no comércio marauense, Mauri Augusto Jachetti, proprietário das Lojas Triunfante, ofereceu-lhe proposta de emprego, com horários diferenciados, a fim de que pudesse cuidar da saúde de seus familiares.Em outubro de 2010, Nilza completará 17 anos de Lojas Triunfante, responsável pela seção de cama, mesa, banho e tecidos...
Nilza não é somente a profissional. Ela é a líder comunitária.
De família de formação religiosa, assumiu o seu batismo através de serviços na comunidade paroquial. No início da década de 60 do século passado teve intensa participação no Centro Cultural e Social, que reunia os jovens vinculados à Paróquia Cristo Rei. Este Centro, que ajudou a fundar e no qual também ocupou a Presidência, foi a semente dos grupos de jovens, que começaram a ser criados na década seguinte.
Participa há 30 anos da Equipe de Liturgia da Paróquia Cristo Rei, acolhendo, encorajando e assessorando muitos párocos capuchinhos, que conduzem a Igreja Católica, aqui em Marau.
Vivendo a caridade pregada pelo Evangelho, Nilza dedica-se à Pastoral dos Doentes, como Ministra dos Enfermos, por longos e abençoados 25 anos.
Num projeto pioneiro paroquial, Frei Wilson João Sperandio, cria os Grupos Eclesiais, e Nilza é uma das coordenadoras de grupo, por 23 anos.
Na Paróquia Cristo Rei, Nilza ocupou serviços de destaque e muitas vezes, trabalhou no anonimato, na simplicidade e na doação.
Nilza Calzza abdicou de formar uma família só para si e assumiu várias famílias na comunidade marauense: o trabalho, os doentes, os jovens, os casais, a pastoral paroquial.
Deus deu-lhe a bênção de conviver com seus seis irmãos, com seus onze sobrinhos e com suas quatro sobrinhas-netas, de aprender com eles a força do amor familiar, do diálogo, do perdão.
Deus concedeu à comunidade marauense o privilégio de conviver com uma mulher cidadã que, por 52 anos, sem interrupção, ajudou o desenvolvimento da Marau que hoje é nosso orgulho e alegria.
Nilza Calzza, sua história de vida é educativa, bonita e merece ser contada e ouvida por todos que nasceram e vivem em Marau.
TERESA FALQUEMBACK
Teresa Falquemback nasceu no dia 02 de setembro de 1934, na comunidade de Veado Pardo, interior de Marau/RS, filha de Francisco Calonego e Maria Pilicioli Calonego. Teve 8 irmãos e casou-se com Saturnino Xavier Falquemback, com quem teve 3 filhos, Alceu José, João Carlos e Oscar Ben-Hur. A família ficou maior com as três noras, 9 netos e uma bisneta
Tendo ficado órfã da mãe já aos 4 anos de idade, aos 13 foi trabalhar em casa de família por longos 7 anos. Experimentou as lides da lavoura, primeiramente nas terras do pai e depois nas do esposo. Posteriormente, quando o casal veio morar aqui na cidade, estabeleceu-se com um restaurante e uma pensão que funcionou por 30 anos. No estabelecimento comercial, Dona Teresa fazia todas as tarefas, participava do abate dos animais, do cozimento dos alimentos e servia as refeições. Além disso, fazia todo trabalho de limpeza da pensão e cuidava dos três filhos, os quais criou com muito amor, esforço e carinho.
Diante de todas as dificuldades enfrentadas, não conseguiu freqüentar a escola, motivo pelo qual não teve alfabetização, porém aprendeu na dura escola da vida a ser uma lutadora e uma vencedora.
Participa há muito tempo dos Grupos de Terceira Idade, onde apresenta forte liderança e contagia a todos com sua alegria.
Há mais de 10 anos presta serviços voluntários junto ao Hospital Cristo Redentor.
GEMA LAZAROTTO DIAS
Gema nasceu em 25 de março de 1928. É a terceira entre 7 irmãos, filhos de Pedro Lazarotto e Tereza Frison.
Da saga dos imigrantes aprendeu a ser uma lutadora, a enfrentar as dificuldades com coragem e a fazer do trabalho árduo um hábito.
Com muito esforço, estudou em Nova Alvorada, depois em Itapuca e, após, em Veranópolis, onde acabou o primário.
Aos quinze anos, começou a lecionar perto da residência de seus pais, na Linha 12, distrito de Nova Alvorada.
Aos 17 anos prestou concurso e ingressou no magistério municipal de Guaporé, atuando em duas escolas, distantes três quilômetros uma da outra.
Após cinco anos, conseguiu remanejo para voltar a lecionar perto da casa paterna.
Foi nessa época que conheceu o agricultor Inácio Dias dos Santos, de Itapuca, com quem se casou em 13 de janeiro de 1951. Inácio e Gema construíram uma pequena casa, ainda na Linha 12, onde moraram um ano. Depois mudaram-se para a Linha 17, Parobé, no interior de Casca, onde nasceram 9 de seus 11 filhos. Gema conciliava a atuação na escola com a criação dos filhos e os afazeres domésticos, enquanto seu esposo trabalhava, nos primeiros tempos, como operário numa serraria e após na agricultura.
Na escola, Gema era a única funcionária, e atendia sozinha em torno de 120 alunos distribuídos em turmas únicas multisseriadas pela manhã e pela tarde. Quando a escola passou a Grupo Escolar, Gema passou a ser professora estadual, assumiu a direção da Escola, e, então, precisou voltar aos estudos, freqüentando o Curso Intensivo de Formação Pedagógica, equivalente ao Curso Normal de Magistério, realizado nos períodos de férias na PUC em Porto Alegre (de 1957 a 1961), geralmente tendo que levar um ou dois filhos junto.
Em 1967, Gema e Inácio compraram uma casa em Marau, na Rua Bento Gonçalves, onde havia também um moinho de farinha de milho. Vieram para estudar os dois filhos mais velhos – Roque e Dargite . No ano seguinte, em 28 de julho de 1968, toda a família mudou-se para Marau. Aqui, Gema teve mais duas filhas.
Inácio assumiu o moinho e Gema lecionou em Gramadinho até 1970, quando sentiu necessidade de se aposentar para cuidar dos filhos.
O terreno da casa era de um lado a outro da rua, e ali cultivavam-se a lavoura e as frutas, criavam-se os animais para o sustento da família, e havia espaço de sobra para os filhos brincarem.
Com o tempo, parte do terreno foi sendo vendido. Os filhos começavam a trabalhar cedo, começando como empregados, depois alguns abriram seus próprios negócios.
Gema, mesmo aposentada, seguia atuante, tanto na lida da casa quanto ajudando nas atividades dos filhos: fazendo acolchoados e forros de colchão, hospedando os músicos dos conjuntos musicais dos filhos que animavam as festas na cidade e região. Aliás, o espírito festivo sempre foi uma marca dessa família.
Foram muitas as festas que marcaram momentos importantes da história da família Dias dos Santos: casamentos, batizados, formaturas, aniversários, bailes de debutantes ou simples reuniões de confraternização.
Em muitas delas, tiveram a alegria de contar com o convívio do sempre calmo e querido Vô Inácio, que, infelizmente, faleceu em 1985.
Em setembro de 1998, Gema mudou-se para sua nova casa, ainda na Rua Bento Gonçalves, agora um pouco mais acima. Ali pode apreciar uma bela vista desta cidade pela qual toda a família tem tanto carinho e pode também se dedicar ao cultivo de suas belas rosas, que fazem a alegria dos olhos de quem passa diante de seu belo jardim.
Desde 1970, Gema participa da Ordem Franciscana Secular, hoje fazendo parte do Conselho local. A convivência com este grupo, bem como o estudo e a prática dos ideais de São Francisco de Assis, têm dado muito sentido à sua vida.
Assim, há 26 anos, inspirada pelo espírito de caridade e solidariedade cristã, muitas vezes enfrentando as adversidades do tempo e até mesmo as limitações de sua saúde, Gema persevera em seu trabalho piedoso de visitar os doentes no Hospital Cristo Redentor, levando uma palavra de conforto e de alento e a Santa Eucaristia nesses momentos de dificuldade.
Ela procura manter sua mente sempre em atividade, lendo e estudando. Atualmente, participa de um curso de teologia a distância, passando agora para o quinto nível.
Com humildade, sempre procura transmitir uma mensagem de fé e seu testemunho de vida, seja no seu dia-a-dia, seja quando convidada a dar depoimentos em palestras e entrevistas.

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